O significado literal da palavra karate é mãos vazias.
Isso se refere ao fato de que, na sua origem, o karate foi desenvolvido como um sistema de defesa pessoal sem o uso de armas.
Esse sistema consiste no fortalecimento dos braços, troncos e pernas de sorte que o praticante adquira habilidades técnicas e fortaleça seus membros, tornando-os tão poderosos que possam ser usados, efetivamente, como uma arma.
Os socos, chutes e demais golpes praticados no karate visam ser de tal maneira fortes e eficazes que com o menor número de movimentos o oponente pode ser vencido.
Um karateca deve ser capaz de reagir com eficácia mesmo diante de uma ataque surpresa de um oponente. Para isso, ele precisa treinar o zanchin – o estado de alerta – estar permanentemente em estado de alerta.
Essa condição revela forte sincronia física e mental, a ponto de manter o espírito do praticante em estado de alerta.
Além de ser fundamental para uma boa performance marcial. É um tipo de concentração que permite ao karateca antecipar ataques dos adversários e planejar ações necessárias para chegar à vitória.
De acordo com Nakayama, mestre da modalidade, a essência do karate é o kime. O kime é a potência que permite um explosivo ataque ao alvo, executado com força e velocidade máximas em um curtíssimo espaço de tempo.
Quanto mais treinado o praticante, menor será o tempo entre o início do golpe e o seu fim.
Aliado a essas habilidades físicas, a prática do karate ensina o karateca a ter auto- controle.
A idéia é ter a possibilidade de eliminar o oponente, mas, também, de poder controlar os golpes de maneira que, nos treinos, se o karateca assim desejar, não haja contato físico. O praticante aprende, com a prática, a exercer um intenso auto controle, e a respeitar sempre o mestre.
A Origem do Karate
Na sua origem, que nos remete a mais de 5.000 anos, o discípulo era submetido a treinos exaustivos e não podia esmorecer ou questionar a carga de treinos que lhe era imposta.
Além disso, o respeito ao mestre é um princípio que se mantém desde as origens dessa arte marcial.
Assim se estabelece um vínculo poderoso entre o discípulo, o mestre e o próprio Do-jo (local de aperfeiçoamento, de treinamento).
A maior parte da literatura que aborda a origem do karate diz que o monge budista Daruma Taishi viajou da Índia à China a pé, por um caminho, entrecortado por montanhas, quase impossível de viajar devido ao grau de dificuldade, o qual permite, ainda hoje, atestar sua grande capacidade física e mental, para ensinar budismo para alguns monges em um monastério.
A severa disciplina que ele impôs aos seus discípulos fez com que um a um caísse em exaustão. Por esse motivo, Daruma Taishi passou a ensinar um sistema de disciplina física e mental com a justificativa de que corpo e alma eram inseparáveis e um corpo fraco não possibilitava a busca do espírito iluminado.
Com o aprendizado dessas técnicas, os monges ficaram conhecidos como os melhores lutadores da China.
O ilha japonesa de Okinawa tinha crescente contato com a cultura chinesa, de onde importou essas técnicas de kempo que, combinadas com a luta nativa hand-to-hand originou o Okinawa-te. Essas técnicas deram origem ao karate.
[1] texto retirado do livro POBREZA POLÍTICA E DOMINAÇÃO, o caso do caratê brasileiro, da Mestre em Sociologia, escritora e Sensei Carla Ribeiro Testa