PEC da Segurança Pública: Terrorismo no Rio e a Perigosa Contradição de um Governo Distante da Realidade e a Ascensão de Estados Paralelos
A complexidade da segurança pública brasileira, há décadas, transcende o controle local, expondo a fragilidade de um Estado que se vê desafiado por forças cada vez mais organizadas e audaciosas, que impõem terrorismo no Rio de Janeiro.
Nesse cenário crítico, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do governo Lula, que visa centralizar a segurança dos estados na esfera federal, emerge como uma proposta distante da realidade e falha.
Assim, as duras críticas de especialistas na área apontam para uma contradição fundamental: o mesmo governo federal que demonstra ineficácia na proteção das fronteiras nacionais – porta de entrada para um fluxo incessante de drogas, armas e criminosos – agora se propõe a centralizar responsabilidades estaduais de segurança pública.
Essa abordagem, longe de ser uma solução, configura uma clara violação do princípio de “arriscar a própria pele”, onde a falha em deveres primários não deveria ser um salvo-conduto para assumir encargos adicionais.
A Falácia do “Arriscar a Própria Pele” na Gestão Federal
Inicialmente, a teoria de “arriscar a própria pele”, cunhada por Nassim Nicholas Taleb, postula que aqueles que tomam decisões devem estar intrinsecamente expostos às consequências dessas escolhas. No contexto da segurança pública, essa máxima ressoa com particular intensidade.
Assim, como pode um governo que historicamente falha em sua atribuição mais básica – a garantia da soberania territorial e o controle das fronteiras – pleitear uma expansão de suas competências para a segurança interna dos estados?
A negligência na vigilância fronteiriça permite o livre trânsito de ilícitos que alimentam diretamente o crime organizado em todo o país.
Com efeito, a inação ou ineficácia federal nessa esfera crucial tem um custo humano e social altíssimo, pago diariamente pelos cidadãos comuns, enquanto as autoridades que deveriam fiscalizar e agir permanecem, muitas vezes, em uma esfera de abstração e impunidade.
A Farsa da Centralização: Críticas de Especialistas e o Risco de Diluição da Responsabilidade
A centralização, longe de fortalecer, corre o risco de enfraquecer o sistema, criando conflitos de competência e uma gestão ainda mais distante das necessidades e das especificidades regionais, onde a vivência e o conhecimento da realidade local são insubstituíveis.
O Cenário Carioca: Um Grito de Socorro Ignorado e a Emergência de Estados Paralelos
A cidade do Rio de Janeiro é, tristemente, um eloquente testemunho do colapso do Estado Democrático de Direito e da falência das políticas de segurança.
Já em janeiro deste ano, o governo do estado do Rio de Janeiro suplicou por apoio federal para conter a escalada da violência, um pedido que, lamentavelmente, não foi atendido, evidenciando a descoordenação e a ineficácia da gestão atual.
Historicamente, a questão da segurança no Rio ultrapassou há muitas décadas um problema restrito à esfera estadual, tornando-se uma chaga nacional que clama por intervenção coesa.
Com efeito, organizações criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) evoluíram dramaticamente, superando em muito a definição legal de “facção criminosa”.
Ademais, essas organizações, em particular, já operam como verdadeiros estados paralelos. Eles não apenas delimitam territórios de atuação, negando ao poder público o acesso e a fiscalização, mas também negociam o que é permitido ou proibido em suas áreas de domínio.
Além disso, estabelecem suas próprias leis e sistemas de “justiça” sumários, controlam serviços básicos em comunidades, e mantêm estruturas administrativas complexas que incluem arrecadação de impostos ilegais, logística sofisticada e até “códigos de conduta” próprios.
Por conseguinte, a atuação dessas facções vai muito além da criminalidade comum, pois elas aterrorizam populações civis e desafiam abertamente a soberania estatal. Sob essa ótica, a justificação para sua classificação como organizações terroristas torna-se não apenas pertinente, mas urgente, visto que seus métodos e objetivos, que incluem a desestabilização social e a imposição de poder pela força e medo, se assemelham aos de grupos terroristas internacionalmente reconhecidos.
A Decisão do STF e a Expansão do Crime no Rio de Janeiro
De acordo com o Jornal GAZETA DO POVO, a ADPF foi proposta pelo PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO e ONGs ligadas aos direitos humanos, algumas delas denunciadas como ligadas às facções criminosas.
A Bolha Dourada e a Desconexão do Poder Federal
Contudo, a inação e a proposta de uma PEC centralizadora ganham contornos mais alarmantes quando se observa a desconexão das autoridades federais com a realidade vivida pela maioria da população.
Nesse sentido, um exemplo dessa descontextualização é o Ministro da Defesa, que como muitas outras figuras proeminentes do governo federal, habita uma bolha institucional que o isola das agruras cotidianas do cidadão comum. Protegido por esquemas de segurança sofisticados, residindo em áreas nobres, e transitando em veículos blindados com escolta, ele não “arrisca a própria pele” no sentido literal do termo.
Analogamente, o custo de suas decisões não recai sobre sua experiência pessoal ou de seus entes queridos. Essa realidade blindada contrasta drasticamente com a de milhões de brasileiros que precisam esperar transporte público em pontos vulneráveis, caminhar sozinhos pelas ruas à noite, ou conviver com o medo constante de serem vítimas da violência.
Assim sendo, a decisão de propor uma PEC que reorganiza a segurança pública parte de um lugar de privilégio que distorce a percepção da urgência e da complexidade do problema. A visão de quem nunca precisou enfrentar as filas de um ônibus lotado sob a mira de um assaltante, ou a incerteza de ver um ente querido retornar para casa, dificilmente pode ser a mesma de quem vive essa realidade.
Essa desconexão ética e existencial compromete a capacidade de formular políticas eficazes, pois a empatia, o conhecimento experiencial e a urgência são substituídos por análises distanciadas, muitas vezes pautadas por interesses políticos em detrimento da segurança real da população.
Implicações para o Estado Democrático de Direito: Erosão da Legitimidade
A proliferação de “estados paralelos” sob a forma de facções criminosas e a percepção de um governo federal ineficaz em suas atribuições primárias, mas ambicioso em centralizar novas responsabilidades, geram uma erosão profunda da legitimidade do Estado.
Quando a população percebe que a autoridade formal não é capaz de garantir o mínimo — a segurança e a ordem —, abre-se espaço para que forças ilegítimas preencham esse vácuo.
Consequentemente, a atuação de grupos criminosos como o Comando Vermelho e o PCC, com suas próprias “leis” e “justiça”, representa uma afronta direta aos pilares do Estado Democrático de Direito.
Afinal, a soberania é usurpada, a cidadania é desvalorizada, e a confiança nas instituições se esvai, pavimentando o caminho para uma desordem social ainda mais profunda e para a ascensão de soluções autoritárias que prometem ordem, mas que raramente entregam liberdade.
O Custo da Inação e a Urgência da Reclassificação
Portanto, a reclassificação de facções como Comando Vermelho e PCC como organizações terroristas, longe de ser um mero formalismo legal, representa um passo estratégico fundamental.
Essa medida não só alinharia a percepção legal com a realidade brutal de suas ações, mas também abriria portas para mecanismos de combate e cooperação internacional mais robustos, semelhantes aos empregados contra o terrorismo global.
Por conseguinte, a inação em reconhecer a natureza terrorista desses grupos é uma falha que custa vidas e destrói o tecido social, mantendo o país em um ciclo vicioso de violência e impunidade.
Um Chamado à Coerência e à Responsabilidade
Em suma, a proposta de centralização da segurança pública em um governo federal que falha em suas responsabilidades fronteiriças, enquanto se mantém distante da realidade vivenciada por milhões, é uma iniciativa perigosa e contraditória.
Na verdade, é um reflexo da desconexão entre o poder e as consequências de suas decisões, uma afronta ao princípio de “arriscar a própria pele”.
O caso do Rio de Janeiro, com seus pedidos de socorro ignorados e a ascensão inconteste de “estados paralelos” do crime organizado, ilustra a urgência de uma mudança de postura.
Assim, é imperativo que as autoridades federais, especialmente o Ministro da Defesa, saiam de suas bolhas de privilégio e enfrentem a dura realidade que a população brasileira vivencia.
Pois, a segurança pública exige não apenas novas leis, mas, acima de tudo, coerência, responsabilidade e a coragem de assumir as próprias falhas antes de pleitear novas atribuições.
Confira outros tópicos que podem lhe interessar e acompanhe os vídeos no Canal Alta Performance.
Assine o canal alta performance e assista a outras séries e entrevistas sobre alta performance, autoconhecimento e muito mais. Inscreva-se!
Confira outros posts do blog alta performance:
- Saiba quais são as dicas de Warren Buffet para você ficar rico: https://blogaltaperformance.com.br/os-12-principios-de-investimento-de-warren-buffett/
- Entenda as FINTECHS: https://blogaltaperformance.com.br/fintechs-e-a-necessaria-adaptacao-das-instituicoes-financeiras-tradicionais/
- Quer saber como investir em BOLSA DE VALORES: https://blogaltaperformance.com.br/passo-a-passo-para-investir-em-bolsa-de-valores/
- Saiba como escolher a melhor CRIPTOMOEDA para investir: https://blogaltaperformance.com.br/como-escolher-a-melhor-criptomoeda-para-investir-hoje/
- Você quer se conhecer melhor, reflita neste texto e compartilhe: https://blogaltaperformance.com.br/como-se-tornar-a-pessoa-que-quer-ser/
- A Primeira Regra da Vida de Jordan Peterson: https://blogaltaperformance.com.br/costas-eretas-ombros-para-tras/
- Por que a forma tradicional de administrar o tempo não funciona? O que você precisa saber: https://blogaltaperformance.com.br/saber-contextualizar-e-a-resposta-para-priorizar/
- Será que você está racionalizando sua inércia: https://blogaltaperformance.com.br/racionalizar-a-inercia/
Conheça e siga nossos CANAIS NAS MÍDIAS SOCIAIS. Interaja, fale conosco e saiba das novidades em primeira mão:
