O Grão-Mestre João Alberto Barreto, ícone dos Gracies, na década de 50, fala sobre Mentalidade Campeã

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O Grão-Mestre João Alberto Barreto, faixa-vermelha de jiu-jitsu aluno de Carlos e de Hélio Gracie, e campeoníssimo de jiu-jitsu e de valetudo durante toda a década de 1950, é para muitos, o melhor lutador formado pelos Gracie, título que talvez pudesse ser também, para ficar na sua geração e na anterior, dos Grão-Mestres Pedro Hemetério Araújo de Castro (certamente o melhor discípulo dos Gracie nos anos 1940) e Carlson Gracie (o maior lutador Gracie da segunda geração).

Em 1951, o jovem João Alberto foi descoberto pelo genial Carlos Gracie, ao solicitar ao Diretor do Instituto de Surdos e Mudos, o grande educador Dr. Antônio Carlos de Mello Barreto, que cedesse o ginásio para uma luta de jiu-jitsu e um desafiante baiano, Landulfo Caribé.

Foi vitória fácil para Hélio Gracie.

Convidados pelo Dr. Mello Barreto para um almoço, foram à sua casa os Irmãos Gracie, quando o Dr. Barreto, orgulhoso do porte físico do filho, aluno do Colégio Militar: “João Alberto, tire a camisa, para que o Prof. Carlos veja o seu físico!”

Algo acanhado, o jovem tirou a camisa, e Carlos Gracie logo reconheceu o seu potencial.

Início no Jiu-Jitsu

Em gratidão ao pai, convidou-o para treinar jiu-jitsu consigo, na então Academia Gracie, que funcionava no apartamento do Prof. Hélio, na Praia do Flamengo.

Depois de algum treino, João Alberto consegue vencer o outro aluno de Carlos Gracie, Carlos Trota.

Carlos Gracie reconheceu o talento cedo, e imediatamente, levou-o à Imprensa, para declarar que estava começando a treinar um novo campeão, que estaria à disposição para desafios contra amadores do Rio de Janeiro, em três meses.

Toda a simpatia de Carlos por João Alberto acabou por chamar a atenção de seu irmão, o campeoníssimo Hélio Gracie, que tinha os seus próprios alunos, o campeão dos quais seria conhecido como “o japonês de Teresópolis”, um rapaz que tinha olhos puxados sem ser japonês, mas era o campeão de Hélio, na cidade serrana.

Depois de um empate no Rio, João Alberto o venceu, em Teresópolis.

A partir daí, Hélio “roubou” o aluno brilhante do irmão, que usava para ser seu assistente, nas aulas, pela manhã, e à tarde, ele ia para o Colégio Militar, de onde acabou trazendo seu colega Hélio Vígio, outro grande nome que integrou a Academia Gracie de então.

Aquele foi o começo de uma carreira brilhante do jovem João Alberto Barreto.

Inícios dos Combates

Naquele ano de 1951, com a chegada ao Brasil do campeoníssimo japonês Masahiko Kimura, houve uma nova explosão da popularidade da Academia Gracie.

Nas três lutas de Hélio com os membros da troupe (uma vitória e um empate com Kato, e a derrota para Kimura que foi considerada vitoriosa), João Alberto iria tomar parte de duas preliminares, empatando com lutadores japoneses.

Na virada de 1951 para 1952, a Academia Gracie conquistou sua sede mais imponente, no número 151 da Avenida Rio Branco e foi por décadas frequentada pela elite política, cultural e militar da então Capital Federal, quando João Alberto somou-se aos seus melhores instrutores, e também, à sua equipe de lutadores de elite, todos morando na própria Academia Gracie, um modelo de escola ainda sem paralelo na história.

Muitos foram os desafios, no período.

Em 1953, no valetudo de Carlson Gracie com o rival Wilson “Passarito”, da luta livre, os seus companheiros de equipe João Alberto, Hélio Vígio e Armando Wriedt também brilharam, com vitórias sobre os rivais, em pleno estádio do Maracanã.

Nos embates de Carlson com o grande Waldemar Santana, em revanche à vitória deste ex-discípulo sobre um Hélio já mais velho e com a saúde comprometida, o papel de retomar a vitória dos Gracie foi disputado entre Carlson e João Alberto.

Carlson teve preferência, por ter sangue Gracie, mas João Alberto era considerado da família e mostrou-se digno de lutar, tanto que venceu preliminar importante, contra um campeão baiano, trazido na troupe de Waldemar.

Ao final de uma década de impecável sucessão de vitórias no jiu-jitsu e no valetudo, veio o desafio maior.

Combates Televisionados

Alguns rivais dos Gracie declararam que eles só ensinavam tudo aos membros da Família. Carlos e Hélio lançaram então, com o nascimento da televisão, em 1959, pela TV Continental, o primeiro programa de TV da história, apresentando lutas reais de valetudo: o Heróis do Ringue.

As lutas aconteciam no Ginásio do Flamengo, semanalmente, às segundas-feiras.

Por conta do referido comentário, os Gracie escolheram João Alberto, por muitos já considerado o lutador mais técnico da Academia Gracie, para fazer as lutas principais.

Ele foi cuidadosamente preparado para lutar valetudo pelos Gracie, que o treinaram em jiu-jitsu (tanto nas quedas como no chão), e complementaram o trabalho com treinamentos de boxe de excelência (aos cuidados do Mestre José da Santa Rosa), assim como nos chutes típicos da arte da capoeiragem carioca, que já tinham sido absorvidos pela Academia Gracie, ao longo de décadas.

Seu jiu-jitsu tornou-se, portanto, um sistema completíssimo de luta.

O regulamento adotado inicialmente pelo Programa Heróis do Ringue era o regulamento mais típico do valetudo, admitindo vitórias só por finalização, nocaute ou desistência, não havendo portanto, pontos.

Não havendo tais resultados definitivos, as lutas empatariam.

João Alberto Barreto lutou um valetudo por semana, no Heróis, e venceu todas as suas lutas, quase todas por finalização, havendo porém alguns nocautes, em casos particulares.

A reação da sociedade não foi uniforme. O programa atingiu grande popularidade, porém, também, reações contrárias da sociedade.

No meio desta tensão, mais para o final daquele ano, João Alberto pega o oponente José Geraldo, atleta da elite da luta livre do Flamengo, numa chave-de-braço, e este resolveu resistir, em vez de “bater”, ocorrendo então uma fratura exposta, diante das câmeras, que foi a gota-d’água, para os grupos que protestavam.

O programa foi submetido a escrutíneo pela então Federação de Pugilismo e pelo Conselho Nacional de Desportos, e precisou ser submetido a regras de pontos, para não ser proibido.

Jiu-Jitsu Gracie chega aos EUA

Nos anos 1960, em viagem com o seu aluno e colega de Academia Gracie Flávio Behring, o Mestre João Alberto Barreto resolveu desbravar os Estados Unidos, com o jiu-jitsu desenvolvido no Brasil. Treinaram em instituições diversas, enfrentando praticantes de judô, de karatê e de outras artes, e acabaram sendo convidados para demonstrar a eficácia do jiu-jitsu praticado no Brasil, pela primeira vez, nos Estados Unidos, percorrendo algumas das academias militares e tropas de elite mais prestigiosas do país, e recebendo convite para viverem lá, ensinando o jiu-jitsu aprendido com os Gracie.

Tecnicamente, portanto, o então Prof. João Alberto Barreto foi o grande introdutor do jiu-jitsu brasileiro ou Gracie nos Estados Unidos, e com grande impacto, pois abriu portas para novas ondas de introdução da arte por lá.

 

Início do UFC

Em particular, ajudou com cartas de apresentação, a onda de introdução de maior impacto, levada por Rórion Gracie, filho de Hélio, o ULTIMATE FIGHTING CHAMPIONSHIP (UFC).

Rórion sempre reconheceu a importância do empurrão inicial, tendo convidado o Mestre João Alberto para tornar-se um dos árbitros do primeiro UFC, e seu papel técnico correto foi decisivo em lutas fundamentais para o reconhecimento do jiu-jitsu brasileiro, como o famoso embate entre Royce Gracie e Ken Shamrock.

Psicologia Desportiva

Lá atrás, nos anos 1960, Barreto foi convidado a ficar lecionando nos EUA, mas fez a opção por retornar ao Brasil, e prosseguir em sua vida acadêmica, primeiro no Direito, e depois, na Psicologia, tornando-se um dos principais pesquisadores e autores no campo da psicologia desportiva no país.

Sua atuação foi também fundamental para a criação da Federação de Jiu-Jitsu do Estado do Rio de Janeiro, trabalho realizado nos anos 1960 e 1970, e também para a criação do primeiro regulamento de competição contando com pontos, que tenha sido totalmente fiel aos princípios do jiu-jitsu praticado pelos Gracie e discípulos, no Brasil.

Família Barreto

Seus irmãos Álvaro Barreto e Sérgio Barreto e o seu sobrinho José Roberto Barreto Filho deram continuidade à sua concepção de jiu-jitsu.

José Roberto Barreto, um dos mais completos lutadores e competidores de jiu-jitsu do Rio de Janeiro dos anos 1970, quando veio estudar medicina na Universidade de Brasília, começou no Centro Olímpico a lecionar jiu-jitsu e submeter-se a teste com outras artes marciais, em fins daquela década.

Por volta de 1980, dava também aulas de jiu-jitsu em sua garagem, no Lago Sul, para irmãos e amigos, como Luiz César Barreto e Roberto Macedo.

Juntamente com Sérgio Barreto e Armando Wriedt, pioneiros do jiu-jitsu em Brasília, e mais alguns outros, fundaram, nos anos 1990, a Federação de Jiu-Jitsu do Distrito Federal.

Até então, os membros da Escola Barreto, de Brasília, eram obrigados a usar o seu jiu-jitsu para competir no cenário do judô, onde sempre se saíram, também, muito bem.

O Barreto Jiu-Jitsu tem filiais, hoje, em vários países, mas continua muito bem enraizado, aqui na Capital Federal, assim como também, no Rio de Janeiro, sob a liderança prática do Mestre Álvaro Barreto, e o olhar atento, e direcionamento teórico do Mestre João Alberto.

Mestre João Alberto é incansável e traz ainda projetos para manter a essência do jiu-jitsu Gracie e do valetudo brasileiro.

Reconhece a importância do crescimento mundial, mas preocupa-se com a perda da essência técnica, e para isso, tem grandes ideias.

 

Por Carlos Eduardo Loddo, o Mestre Caroço.

 

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