O Fórum Nacional de Governadores: Caminhos para um Brasil Integrado e Próspero
O Fórum Nacional de Governadores, realizado em Brasília, reafirma sua relevância como espaço de articulação entre os líderes dos estados brasileiros e a União.
Nesse evento, a construção de soluções conjuntas para questões cruciais como saúde, segurança pública, turismo e desenvolvimento sustentável ganha centralidade.
Pois, em um momento de grandes desafios econômicos e sociais, o debate se torna ainda mais relevante ao apontado para modelos de integração e empreendedorismo que podem transformar o futuro do país.
A Urgência de Políticas Integrativas
De fato, uma das maiores lições do Fórum é a necessidade de políticas integrativas que transcendam as fronteiras estaduais. Na área da saúde, os governadores discutiram o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com destaque para a ampliação do acesso à atenção básica e aos serviços de alta complexidade. A desigualdade no acesso à saúde é uma das barreiras mais urgentes a serem enfrentadas, especialmente nos estados das regiões Norte e Nordeste, que carecem de infraestrutura adequada e recursos suficientes.
Por outro lado, no campo da segurança pública, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, apresentada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, busca integrar esforços entre União, estados e municípios para o combate ao crime organizado. Este modelo colaborativo é essencial em estados de fronteira, como o Acre, que enfrenta desafios específicos, como tráfico de drogas e imigração ilegal.
Além disso, temas como assistência social, arrecadação tributária e desenvolvimento sustentável foram amplamente discutidos. A proposta de um pacto federativo mais justo, por exemplo, sugere uma redistribuição equitativa dos recursos entre estados ricos e pobres, promovendo um desenvolvimento mais equilibrado.
O Brasil que Deu Certo: A Lição da Saga da Soja
Na verdade, um dos maiores exemplos de sucesso nacional está no setor agrícola, especificamente na expansão da soja, descrito por José Monir Nasser em sua obra O Brasil que deu certo: a saga da soja brasileira . A narrativa evidencia como o empreendedorismo, aliado a políticas públicas consistentes e ao investimento em pesquisa, transformou o Brasil em um dos maiores exportadores globais desse grão.
De fato, a criação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) foi um marco decisivo nesse processo. Por meio da inovação tecnológica, a empresa ajudou a adaptar a cultura da soja às condições tropicais do Cerrado brasileiro, região anteriormente vista como inóspita para a agricultura. Além disso, as associações entre produtores, cientistas e gestores públicos permitiram a criação de um modelo de agronegócio competitivo e sustentável.
Esse exemplo mostra que o Brasil possui recursos e talento para liderar em setores estratégicos. Contudo, é necessário que outros campos, como o turismo e a indústria, se inspirem nessa mesma visão empreendedora e integrativa para gerar resultados positivos de longo prazo.
Comparações Internacionais: O Que o Brasil Pode Aprender
O Fórum Nacional de Governadores também estimula reflexões sobre as experiências internacionais que podem servir de modelo para o Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o conceito de federalismo cooperativo permite que estados e governo central trabalhem juntos em áreas como saúde e segurança. Projetos como o Affordable Care Act (ACA), que amplia o acesso à saúde, mostram como as políticas nacionais podem ser adaptadas às realidades locais, oferecendo flexibilidade sem perder a eficácia.
Já na União Europeia, o modelo de fundos regionais para desenvolvimento é um exemplo inspirador. Por meio de financiamentos destinados a regiões menos direcionadas, o bloco promove o crescimento econômico sustentável e a redução de desigualdades. Um exemplo concreto é o Fundo de Coesão , que investe em infraestrutura, transporte e meio ambiente em países como Polônia e Hungria.
Assim, no contexto brasileiro, um modelo semelhante poderia ser implementado para os estados beneficiários do Norte e Nordeste, simplificando a disparidade em relação ao Sul e Sudeste.
Igualmente, no setor de segurança, o Brasil pode aprender com a abordagem da Alemanha, que utiliza inteligência artificial e ferramentas de big data para prevenir e combater crimes. Essa tecnologia poderia ser incorporada às estratégias brasileiras, especialmente em regiões de alta criminalidade urbana ou em áreas de fronteira vulneráveis. Disso depende também que o STF pare de agir como agente político, bem como se abstenha de proibir ações da polícia nas regiões onde o crime organizado impera.
Empreendedorismo e Turismo: Oportunidades de Ouro
Do mesmo modo, o turismo é outra área em que o Brasil possui imenso potencial inexplorado. Países como Espanha e França demonstram como políticas públicas aprovadas ao setor privado podem transformar a indústria do turismo em um motor econômico. A Espanha, por exemplo, investiu em infraestrutura e marketing para promover regiões antes pouco conhecidas, tornando-os destinos globais.
No Brasil, o ecoturismo e o turismo cultural oferecem oportunidades semelhantes. Estados como Amazonas, Bahia e Santa Catarina poderiam diversificar suas ofertas turísticas e atrair investimentos por meio de parcerias com o setor privado.
Essa abordagem exigiria, entretanto, uma maior integração entre as esferas municipal, estadual e federal para garantir infraestrutura, segurança e promoção internacional.
União e Cooperação: O Futuro do Brasil
O Fórum Nacional de Governadores reforça a necessidade de união entre os estados e a União para superar os desafios do país. Embora as propostas realizadas no evento sejam um passo importante, é fundamental que as propostas saiam do papel e se traduzam em ações concretas.
A criação de um Brasil próspero exige coragem para inovar, disposição para aprender com experiências bem-sucedidas — tanto nacionais quanto internacionais — e comprometimento com políticas públicas de longo prazo. A integração entre o empreendedorismo, a sustentabilidade e a equidade pode ser o caminho para que o Brasil deixe de ser o “país do futuro” e se torne o “país do presente”.
Assim, o Fórum não apenas aponta específicos; ele inspira todos os brasileiros a acreditar que, com diálogo e visão estratégica, o Brasil pode, enfim, dar certo.
Afinal, é isso que queremos.
