Reflexões sobre o Vazio Existencial e a Biologia das Crenças
O vazio existencial é uma sensação de desconexão, uma busca incessante por algo que parece inalcançável. Pode surgir após perdas significativas, mudanças abruptas ou crises existenciais. Imagine-se em um labirinto de perguntas sem respostas, onde o significado da vida parece escapar por entre os dedos.
Além disso, o vazio existencial é uma espiral sem sentido, uma sensação dolorosa de que o propósito da vida desapareceu, deixando apenas sofrimento e desconexão com o mundo exterior. É como se, em nosso interior, houvesse um denso deserto, onde o ilógico domina a existência e quase toda a capacidade de se conectar e sentir os outros é perdida. Há, de fato, uma interseção entre o vazio existencial e a biologia das crenças.
Esse estado de desamparo e falta de sentido pode levar à depressão ou a comportamentos autodestrutivos. E isso afeta não somente o indivíduo, mas toda uma constelação relacional, que atinge pessoas próximas e alcança uma amplitude maior, chegando a abalar estruturas sociais mais amplas.
Causas do Vazio Existencial:
- Perda de Valores e Crenças: a falta de valores e crenças contribui significativamente para o vazio existencial. Quando experiências abalam nossas convicções e princípios, podemos nos sentir desorientados e sem uma base sólida para nos apoiar. Vivemos uma época em que muitas estruturas sociais secularmente consolidadas, por meio de crenças espirituais e valores sociais, são contestadas, revelando um processo profundo de mudanças, mas sem foco, nem definição de rumos e trilhas a seguir. Isso nos leva a um vazio existencial profundo.
Esse é o dilema e desafio da sociedade contemporânea globalizada e “internetizada”, submetida aos desafios impostos pela onipresença da informação e à incapacidade humana de decodificar todos os símbolos e mensagens à sua frente, durante as 24 horas do dia. As consequências desse fenômeno são várias e geralmente levam a uma profunda frustração existencial.
Ademais, a liberdade de pensar e, supostamente, de agir costuma assustar indivíduos treinados para seguir trilhas já definidas e repetir processos existenciais institucionalmente determinados e aceitos.
2. Frustração Existencial: são consequências de metas não alcançadas; muitas vezes, essas metas nem foram previamente definidas, mas os resultados são social e psicologicamente cobrados. Há um choque entre expectativas e realidade, e as crises nem sempre acarretam condições objetivas e adequadas para enfrentá-las. Tudo isso leva a um profundo estado de frustração existencial.
Biologia das Crenças
Sob outra perspectiva, Bruce H. Lipton, renomado biólogo celular, descreve como nossos pensamentos afetam nossas células e saúde. Lipton, a partir da ciência da epigenética, mostra como nossas crenças e emoções podem ativar ou desativar genes, afetando nossa saúde. Explica ainda que a conexão mente-corpo é profunda. Nossos pensamentos moldam nossa biologia.
Encontrando Sentido no Vazio
Para Lipton, o vazio existencial e a biologia das crenças estão entrelaçados. Compreender essa relação pode nos ajudar a encontrar significado e propósito, mesmo em meio ao vazio. A busca por respostas continua, mas talvez a chave esteja em reconectar mente e matéria, transcendendo o vazio e encontrando sentido na própria existência.
Contudo, o dilema humano sobre destino e liberdade parece cada vez mais se aprofundar.
Por um lado, o indivíduo tem acesso a tecnologias avançadas e alternativas bastante diversificadas para definir seu futuro, aparentemente.
Mas, ao analisarmos fria e racionalmente a situação atual, veremos que o ser humano caminha para um beco sem saída, submetido cada vez mais a um consumismo vazio e a um custo de vida elevado.
De modo que é obrigado a viver em círculos repetitivos, rotinas estafantes e frustrações sem explicações aceitáveis. O vazio se aprofunda, mesmo maquiado por fármacos e mensagens subliminares da possibilidade de construir um mundo maravilhoso para todos.
Por outro lado, as expectativas são de que, se vingar a utopia do fórum econômico mundial, as pessoas obedientes e manipuladas, via um CPF global, que apresentarem comportamento social determinado pelas elites dominantes, terão acesso a ração diária e liberdade controlada para se deslocarem de um ponto a outro, não por vontade própria, mas por “direitos outorgados pelo Estado”.
Portanto, além da indescritível desigualdade social internacional e das insatisfações generalizadas contra as estruturas políticas de dominação, tudo isso se reflete em tensões entre as pessoas, sobretudo entre homens e mulheres.
As diversas manifestações de “minorias” e outras formas de viver em sociedade promovem mais afastamento do que aproximação entre humanos, gerando mais individualização e vazio existencial. Não se vislumbra um mundo pacificado; ao contrário, tudo indica que haverá um aprofundamento intenso dos conflitos sociais e individuais nos próximos tempos.
Evidentemente isso é um processo transformador. E em todo processo de transformação, há a esperança de um avanço para melhor nas condições, claro que depois de muito sofrimento. O caos promove a reconstrução, mediante um novo reordenamento social. A expectativa é que não vigore um modelo excludente nem tirânico como os atuais, mas que a utópica multipolaridade gere formas de convivência harmoniosa entre humanos, independentemente do sexo. Essa é a utopia para a segunda metade desse incrível século XXI!
Autor: Dr Antonio Flavio Testa – Doutor em Sociologia, Analista e Consultor Político
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