A Sociedade em Rede se uniu nas manifestações políticas

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Manifestações Políticas mobilizam milhares de brasileiros. A sociedade em rede saiu das telas e tomou as esferas políticas. Esse fenômeno é o principal diferencial das manifestações políticas que tomaram conta de várias cidades brasileiras e que levaram milhares a bradar por mudanças: a capacidade de mobilização da internet!

Hoje qualquer pessoa que tenha rompido a barreira de acesso pode facilmente construir sua rede, enviar mensagens, escolher as que deseja receber e, até mesmo, tornar assuntos privados, públicos. Vivemos a dicotomia entre o real e o virtual. Com o fato de que o virtual e o real se confundem, porque vivemos quase que permanentemente conectados. As informações são postadas e lidas em tempo real!

Mas o que também se destaca nesse fenômeno, nas mobilizações iniciadas pelas redes sociais, é que o Brasil ainda não pode ser considerado um país incluído digitalmente estima-se que apenas 35% de sua população tem acesso à internet. Isso significa que 65% dos brasileiros ainda não participam desse mundo virtual.

Outro fenômeno que chama a atenção neste momento histórico que o Brasil vive é a construção de um espaço público. Este é o espaço da excelência. Indispensável para uma democracia que se preze, porque é no espaço público que o indivíduo pode debater, aperfeiçoar, mudar ou amadurecer suas idéias.

É o espaço de construção, de crescimento, do melhor argumento, de formação de políticas que visem favorecer os cidadãos. Considera-se o interesse público, e constrói-se decisões coletivas para que sejam processadas e conhecidas pelas outras esferas da sociedade. É a esfera da autonomia.

No dizer de Hannah Arendt, é na esfera pública que os homens praticam ação compartilhada para a construção do mundo comum. Sem este espaço, As pessoas tornam-se vulneráveis às experiências de regimes políticos. Esta condição histórica é que explica o surgimento dos regimes totalitários no século XX, que se distinguem pela inexistência da liberdade e pela redução dos homens a uma sociedade de massa.
Trata-se, portanto, de momento histórico e alvissareiro!? Talvez. Emocionou-me empunhar faixas com reivindicações e marchar nas ruas de Brasília, porém também preocupou-me a questão da pobreza política – conceito desenvolvido pelo Sociólogo Pedro Demo, que o define como o processo que impede o indivíduo de exercer a condição de sujeito de sua própria história, reduzindo-o a objeto de manobra de políticas manipulativas.
Se queremos uma sociedade melhor não podemos prescindir de indivíduos que saibam pensar, no sentido de ter consciência crítica, capacidade de avaliar os discursos políticos e suas motivações – requisitos essenciais para a cidadania crítica, porque é participativa e questionadora.
Testemunhamos a formação de um espaço híbrido – redes e ruas. Para bem aproveitar o espaço público que se forma nas redes sociais, ampliado pelo que Castells chama de autocomunicação de massas – por causa da autonomia do fenômeno, que exarceba o poder de comunicação, uma vez que ela não passa pelos filtros dos meios de comunicação em massa tradicionais que usualmente tem vinculações, favorecimentos políticos, – precisamos de cidadãos que saibam pensar, não no aspecto formativo apenas, mas com qualidade política.
Para que haja o exercício do direito de cidadania, é preciso consciência política; sem esta, não pode haver emancipação social. A face política da pobreza revela a falta de consciência crítica e não permite o exercício da cidadania, no sentido de o indivíduo exercer seus direitos legalmente assegurados.

Muitas vezes, não há consciência dos direitos individuais e coletivos garantidos em Lei, ou não se consegue perceber que a previsão legal permite que o cidadão exija seu cumprimento.
O terceiro fenômeno que destaco é a crise de hegemonia dos partidos. Os brasileiros não se sentem representados pelos atuais políticos e pelos seus partidos. A isso, Junta-se a possibilidade real de os cidadãos digitais poderem intervir, cada vez mais rápido, nas questões políticas e sociais.

Essa condição caracteriza uma nova forma de cidadania, a qual requererá dos políticos novo estilo de relacionamento com a sociedade, não mais reduzido a negociatas para se valer de prebendas e cargos.
Importante também destacar que a inexistência de oposição atuante e expressiva pode favorecer o surgimento de movimentos de contestação, para além dos partidos políticos. Esse movimento canaliza uma oposição que o atual Governo não tem!

Uma democracia que funcione precisa de uma oposição capaz de representar os interesses de grupos sociais, de parte dos cidadãos. O plano político em uma República se constitui de trocas de opiniões e da riqueza do exercício do espaço público, no qual os melhores argumentos são acolhidos.

É claro que existem as pressões de grupos de interesse e toda a agenda política que advém desse jogo.
As atuais manifestações podem caminhar para uma reforma política. As pautas difusas expostas nas ruas tem uma bandeira única: a insatisfação com o atual estado de coisas. O gigante levantou do berço esplêndido e será ouvido!

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