As primeiras conquistas mundiais femininas do karate brasileiro remontam ao ano de 1991.
Apesar de – desde o início – muitas mulheres praticarem karate, não era permitido a elas competirem.
“Karate não é pra mulher, o corpo de vocês não foi feito pra isso.“, frase que a carateca pioneira Luci Nakama atribui ao sensei Tanaka, quando perguntou-lhe porque mulheres não podiam competir.
Luci e Edna Regina eram algumas das mulheres pioneiras que pediam para competir.
INÍCIO DA PARTICIPAÇÃO FEMININA NO KARATE BRASILEIRO – pela CBK
Foi só em 1987, que oficialmente foi permitida a participação de mulheres em competições oficiais de karate, ano da criação da Confederação Brasileira de Karate.
Naquele ano, minha história na modalidade começou, ganhei o título na primeira disputa no interestadual Torneio Centro Oeste de Karate, em seguida ganhei a medalha de ouro no campeonato Brasileiro, no peso médio, e fui convocada para disputar a vaga para a Seleção Brasileira de Karate. E, ganhei.
A partir daí, a história do karate feminino na América do Sul nunca mais foi a mesma. Os anais do karate no Brasil foram sendo construídos por mim e por outras desbravadoras; uma cronologia de conquistas, sacrifícios e muita dedicação.
SUPREMACIA BRASILEIRA NA AMÉRICA DO SUL
Desde 1989, quando foi realizado no Brasil o I Campeonato Sul Americano de Karate, a equipe brasileira feminina e a masculina comprovaram superioridade técnica na América do Sul.
Foi naquele ano que conquistei meu primeiro título Sul Americano, no kumite feminino, posteriormente protagonizei a conquista do primeiro título de Campeã Panamericana, em Curaçao, 1991, lutando na final contra a minha colega de seleção Maria Cecília de Almeida, a Ciça.
A conquista do bicampeonato Pan americano, repeti em Miami, EUA, em 1994.
Naquele mesmo ano, 1991, o Brasil pela primeira vez conquistou título mundial por equipe. O feito foi da equipe feminina de Karate, do técnico Antônio Flávio Testa, formada por mim, Carla Ribeiro, a carioca Maria Cecília de Almeida e a mineira Simone Nicola. Fomos vice-campeãs mundiais no THE 2# FUKUOKA WORLD CUP, em Fukuoka, no Japão, pela World Karate Federation, antiga WUKO.
A grande quantidade de atletas e o alto nível técnico delas chamou minha atenção em Fukuoka.
Aquela conquista teve um impacto muito importante no imaginário do atleta brasileiro, porque o que antes parecia inalcançável, tornou-se bastante palpável.
Assim, naquele mesmo evento, a brasileira Simone Nicola sagrou-se vice-campeã, na categoria peso pesado.
Eu me desafiei também em outra modalidade! E conquistei, em 1991, o inédito título na América do Sul, de Campeã Mundial de Kickboxing, pela maior e mais competitiva entidade da modalidade, a World Association of Kickboxing Organization, WAKO.
As brasileiras demonstraram sua superioridade técnica quando Maria Cecília de Almeida Maia (Ciça Maia), conquistou o título mundial no THE 3# FUKUOKA WORLD CUP, em 1992. Feito que repetiu no Campeonato Mundial de Karate, realizado no Rio de Janeiro, em 2016 (WKF).
Outras atletas também se destacaram, em especial vale a pena citar a Bicampeã Pan americana Iara Souza; a Tricampeã Sul americana Andréa Mesquita e a Tetracampeã dos Jogos Pan americanos Lucélia Ribeiro Brose, que depois veio a ser técnica da seleção feminina de kumite.
Todos esses feitos foram pela antiga WUKO (World Union of Karate Organization), que depois veio a se tornar a WKF (World Karate Federation) no período em que a modalidade se consolidava como esporte vinculado às Olimpíadas.
Novas atletas começaram a se destacar neste circuito, que passou a oferecer estrutura cada vez mais profissional, além de receber incentivo governamental, como o Bolsa Atleta, que possibilita a vários atletas da Seleção Brasileira se dedicarem exclusivamente às competições e aos treinamentos.
Outras Organizações Mundiais de Karate
Várias outras organizações mundiais de karate se formaram ao longo dos anos.
Dentre elas, destaca-se a World Karate Organization (WKO), presidida pelo karateca italiano Ênnio Falsoni, que em 1992 chamou a atenção das demais organizações de karate pela grande quantidade de participantes e países na disputa do primeiro mundial da entidade.
Afinal, o presidente já encabeçava a mais competitiva organização mundial de kickboxing, desde 1978, a WAKO, que tem atualmente mais de 126 países, a maioria deles com reconhecidos pelos Comitês Olímpicos Nacionais dos seus países.
Na verdade, foi pela WKO, que conquistei o Tetracampeonato Mundial de Karate e me tornei a karateca mais premiada, com um total de 15 medalhas de ouro.
De fato, as disputas eram acirradas e vários karatecas das seleções nacionais da WKF de outros países também participavam.
Infelizmente, o presidente Ênnio Falsoni teve um AVC e não pode mais presidir a entidade que nasceu grande.
Assim, com o passar dos anos, a WKO foi se enfraquecendo e hoje não tem mais muita representatividade.
Por outro lado, a World Association of Kickboxing Organization (WAKO), fundada também pelo mestre Ênnio Falsoni, continua crescendo e se fortalecendo, tendo se vinculado ao COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL (COI), em 2018.
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