Como romper padrões que sabotam atletas –
Primeiramente, imagine um jovem atleta que se encontra preso num ciclo de autossabotagem — negligenciando treino, mergulhando em autocrítica e abandonando objetivos ao primeiro sinal de adversidade.
O que o mantém nesse estado? Respondo: padrões mentais enraizados, moldados por temores, inseguranças e, sobretudo, uma percepção errônea dos limites pessoais.
Pergunto-lhe, caro leitor: será que você acreditou, em algum momento, que não era suficientemente talentoso? Ou, pior ainda, que o esforço demonstrava fragilidade, e não força?
Se sim, esses pensamentos não são raridade — são consequências naturais de uma mentalidade fixa que evita desafios e mascara ansiedade com perfeccionismo. Essa mentalidade, como apontado por Carol Dweck, mina o crescimento mesmo em atletas com predisposição ao talento bruto .
1. Enfrentar o Caos Interno
Em analogia à hierarquia dos crustáceos — aquela fascinante metáfora usada por Peterson em 12 Rules for Life — ao estrelar seus ombros e enfrentar o caos, o atleta começa a redesenhar seu mundo interno .
Fazer isso requer coragem — a mesma coragem descrita por Burchard como elemento essencial da alta performance: erguer-se sob pressão, assumir responsabilidade, resistir à complacência.
2. Narrativas e Propósito
Ademais, a narrativa que cada atleta conta a si mesmo é o filtro através do qual ele interpreta cada treino, cada competição. Por isso, recomendável confrontar as próprias histórias de fracasso com igual clareza com que analisaria um conto bíblico ou mitológico: identificar o drama, o conflito, a lição — e, então, redirecionar o enredo.
Esse é o ponto de convergência com Duckworth: quando paixão e perseverança se alinham num propósito duradouro, o esforço deixa de assustar e passa a se tornar fonte de significado .
3. Estrutura Inteligente e Clareza
Por sua vez, Dan Sullivan, no Strategic Coach, entrega ferramentas como o Impact Filter™ — que delimita resultados, impacto, critérios — e o plano diário de 5 etapas para alinhar ação e prioridade.
Peterson, analogamente, enfatizaria a regra: “Seja preciso no discurso.” Organizar objetivos, descrever rotinas, delinear desafios — tudo com clareza cartesiana — é confrontar o caos com ordem .
4. Escreva para saber quem você é
De modo notável, Peterson defende que escrever transforma pensamentos dispersos em algo concreto e inteligível .
Se um atleta registra seu treino, seus medos, suas dúvidas e, ao fim do exercício, relê e questiona com honestidade — “fui preguiçoso hoje?”, “evitei o desconforto?”, “por que?” — surgem insights que não seriam possíveis apenas com reflexão mental.
5. Transformar Esforço em Movimento
Consequentemente, a ideia de “esforço inteligente”, conforme Dweck e Duckworth, ganha sentido prático: trata-se de um esforço focado, estruturado e recorrente — o treino deliberado.
Peterson argumentaria: não adianta remar sem direção — precisamos escolher o porto, traçar a rota, mensurar os progressos. Cada treino deve ser um passo consciente em direção ao propósito definido.
6. Rituais que Endereçam o Ser
Além disso, cultivar disciplina no uso da linguagem — “fui ao limite hoje” em vez de “fui ao máximo” — e construir rituais como o registro escrito, a preparação mental antes do treino, a revisão da jornada — são atos que constroem identidade.
Portanto, essa atitude é fundamento da integridade: viver como se a história que você conta de si mesmo fosse verdadeira — pois ela será.
7. Reconciliação com o Fracasso
Finalmente, em espírito petersoniano: o atleta deve aguardar pela sombra — pelo fracasso, pelos erros, pelas lesões.
E, uma vez confrontado, virar-se para ele, e perguntar: “o que esse revés me ensina sobre mim mesmo? Como posso ajustar propósito, narrativas, rotina?” Esse é o caminho. Não à negação, nem ao lamentar — à reconstrução.
Conclusão
Em suma, romper padrões sabotadores é empreender uma jornada profunda: desde reescrever narrativas internas, elevar a linha de visão para um propósito duradouro, até desembaraçar caos mental por meio de clareza e escrita disciplinada.
É a confluência de três correntes: mentalidade de crescimento, grit (paixão e perseverança) e estratégia concreta. A lição é simples e direta: ordene o caos dentro de você, então alce voo com coragem — sabendo que o mundo se curva àquele que domina a si mesmo.
Por Carla Ribeiro Testa
Confira outros tópicos que podem lhe interessar e acompanhe os vídeos no Canal Alta Performance.
Assine o canal alta performance e assista a outras séries e entrevistas sobre alta performance, autoconhecimento e muito mais. Inscreva-se!
Confira outros posts do blog alta performance:
- Você quer se conhecer melhor, reflita neste texto e compartilhe: https://blogaltaperformance.com.br/como-se-tornar-a-pessoa-que-quer-ser/
- A Primeira Regra da Vida de Jordan Peterson: https://blogaltaperformance.com.br/costas-eretas-ombros-para-tras/
- Por que a forma tradicional de administrar o tempo não funciona? O que você precisa saber: https://blogaltaperformance.com.br/saber-contextualizar-e-a-resposta-para-priorizar/
- Será que você está racionalizando sua inércia: https://blogaltaperformance.com.br/racionalizar-a-inercia/
- Conheça e siga nossos Canais nas Mídias Sociais. Interaja e fale conosco pelos nossos perfis e saiba das novidades em primeira mão.
Conheça e siga nossos Canais nas Mídias Sociais. Interaja e fale conosco pelos nosso perfis e saiba das novidades em primeira mão.