Porque Você Deve Trabalhar mesmo sem Paixão

By Redação

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A Dicotomia entre Paixão e Responsabilidade no Trabalho: Uma Perspectiva de Jordan Peterson – Porque você deve trabalhar mesmo sem paixão.

A busca por um trabalho que alie paixão e propósito é um ideal amplamente difundido na sociedade contemporânea.

No entanto, a realidade do mercado de trabalho e as responsabilidades individuais frequentemente exigem que os indivíduos assumam funções que não correspondem plenamente aos seus interesses pessoais.

Jordan Peterson, psicólogo clínico e professor, oferece uma perspectiva crítica sobre essa questão, enfatizando a importância da responsabilidade individual e do compromisso com o trabalho, independentemente de este ser ou não a realização de uma paixão pessoal.

A Ilusão de “Fazer Apenas o que Gosta”

Inicialmente, é importante reconhecer que a ideia de que se deve trabalhar apenas no que se gosta pode ser uma visão limitada e potencialmente prejudicial.

Peterson argumenta que essa perspectiva ignora as realidades econômicas e sociais que demandam a contribuição de todos os indivíduos para o funcionamento da sociedade.

Além disso, ao focar exclusivamente em interesses pessoais, corre-se o risco de negligenciar oportunidades de crescimento e desenvolvimento que surgem em contextos de trabalho menos atraentes, mas igualmente valiosos.

A Nobreza do Trabalho Digno

Ademais, Peterson destaca que a dignidade do trabalho não está intrinsecamente ligada ao prestígio ou ao prazer que ele proporciona, mas sim ao valor que ele agrega à sociedade e ao sentido de responsabilidade que incute no indivíduo.

Assim, assumir um “subemprego” ou uma função considerada “não digna” pode, na verdade, ser uma demonstração de caráter e compromisso com o bem-estar coletivo. É através do cumprimento de deveres, mesmo que árduos ou pouco glamorosos, que se constrói uma vida significativa e se contribui para a ordem social.

A Responsabilidade Individual e a Autossuficiência

Portanto, a escolha de não trabalhar e depender de programas assistenciais, quando se é plenamente capaz de contribuir, representa uma abdicação da responsabilidade individual. Neste sentido, Peterson enfatiza que a autossuficiência é um componente essencial da dignidade humana.

Em outras palavras, ao depender desnecessariamente do Estado ou de outros, o indivíduo não apenas sobrecarrega o sistema, mas também priva a si mesmo da oportunidade de encontrar propósito e realização através do trabalho.

A Resposta de Jordan Peterson aos Críticos

Em resposta às críticas daqueles que defendem que se deve trabalhar apenas no que se gosta, Peterson argumenta que essa é uma visão simplista e irrealista.

Ele sugere que, em vez de buscar incessantemente a satisfação pessoal imediata, os indivíduos deveriam focar em assumir responsabilidades, desenvolver resiliência e contribuir de maneira significativa para a sociedade.

Afinal, é através desse compromisso com o dever e a responsabilidade que se alcança uma vida verdadeiramente plena e significativa.

Conclusão

Em suma, embora a busca por um trabalho que traga satisfação pessoal seja válida, é fundamental equilibrá-la com a responsabilidade individual e o compromisso com a sociedade.

Jordan Peterson nos lembra que o valor do trabalho reside não apenas no prazer que ele proporciona, mas também na contribuição que oferece ao bem comum e no desenvolvimento do caráter individual.

Ou seja, assumir responsabilidades, mesmo em contextos de trabalho desafiadores, é essencial para a construção de uma vida significativa e para o fortalecimento da ordem social.