Reflexões sobre o Cinismo Institucional
No convívio diário com as autoridades em todas as esferas do poder e dimensões sociais, deparamo-nos com o cinismo em suas formas mais ápices.
É uma constatação que, por vezes, assusta, tal a magnitude exponencial com que tais figuras se servem da ironia para ocultar seus intentos genuínos.
Esse cinismo em suas ações nos força a refletir sobre a concepção que nutrem a nosso respeito, não apenas como ingênuos, mas como tolos, capazes de acatar suas palavras e feitos sem questionamento.
A Aceitação Passiva e a Propagação do Cinismo
É intrigante observar como a maioria absorve essas práticas, tratando-as como legítimas e verídicas, adotando tamanha hipocrisia como a norma estabelecida.
Essas condutas, ao serem examinadas atentamente, revelam-se tão recorrentes que assumem a feição de “regras” inescapáveis.
Assim, as instituições se tornam propagadoras do discurso cínico, impondo padrões comportamentais que apenas servem aos interesses dos detentores do poder econômico e político, relegando o cidadão comum à margem de suas preocupações.
O Controle da Informação e a Manutenção do Status Quo
Ao se lançar um olhar histórico sobre essa realidade, percebe-se quão facilmente os controladores impuseram sua vontade, ao controlarem primordialmente o acesso à informação.
Selecionaram meticulosamente os estudos e restringiram a leitura crítica.
Em seguida, dominaram os meios de disseminação das informações, controlando o acesso às bibliotecas e, posteriormente, às editoras e meios de comunicação.
Além disso, forjaram um discurso e uma prática de poder que induziam as pessoas a dependerem de guias, líderes e gurus para orientar seus destinos futuros.
E assim prosseguiu a trajetória da humanidade, invariavelmente.
A Emergência Tecnológica e a Disseminação do Conhecimento
O século XXI, porém, parece ser o palco da emancipação humana.
Cada avanço tecnológico, embora tenha gerado efeitos perversos não previstos pelos estrategistas das grandes corporações, também provocou mudanças profundas na dinâmica do poder.
Afinal, o acesso à informação, desde os anos de 1970, quando Alvin Tofler publicou seu magistral “O Choque do Futuro”, começou a incomodar os detentores do poder estabelecido.
A partir desse ponto, o fluxo de informações cresceu de maneira exponencial, desmantelando, em poucos anos, as ditaduras militares geradas pela Guerra Fria.
O Mundo se Transformou
Quarenta anos mais tarde, testemunhamos a queda rápida das ditaduras sanguinárias do Oriente Médio, na esteira da chamada Primavera Árabe, sendo a internet uma força motriz inegável.
Em seguida, milhões de jovens insurgiram-se contra as normas impostas pelos sistemas que os oprimiam.
Assim, o mundo se transformou radicalmente, para melhor em muitos aspectos, mas também evidenciando as sombras da fome, da violência contra as mulheres, do machismo exacerbado e de outras mazelas.
O Desafio da Pandemia e a Erosão da Confiança
A pandemia de Covid-19, surgida em 2019, exacerbou a cultura do cinismo no Brasil e no mundo.
No entanto, no Brasil, a situação agravou-se devido à politização partidária do debate sobre a gestão da crise. A ambição política e a falta de integridade de muitos líderes alimentaram um discurso irônico que permeou a mídia, muitas vezes opositora ao governo por razões políticas.
Enquanto isso, a população permaneceu incerta quanto à eficácia das vacinas, envolvida por uma névoa de desconfiança quanto às intenções por trás das estratégias de vacinação.
Ausência de Fiscalização e a Descrédito no STF
Nesse cenário, os órgãos de fiscalização e a polícia federal não empreenderam investigações efetivas sobre os desvios de recursos públicos destinados a combater a pandemia.
Pior ainda, a suprema corte brasileira, frequentemente vista como a principal opositora ao governo, parece desinteressada em ver tais investigações progredirem.
O resultado desse descalabro são mais de 600 mil mortes, sem que se possa apontar responsáveis diretos, criando-se um jogo de empurra-empurra no qual ninguém assume a culpa.
Cultura da Razão Cínica
O cinismo institucional é de fato alarmante.
Mais perturbador ainda é que o cidadão comum aceita passivamente essa situação como algo normal, enquanto as entidades que poderiam clamam por transparência e prestação de contas permanecem silentes.
Essas questões ressoam na essência da cultura da razão cínica que as instituições propagaram ao longo do tempo. No entanto, os tempos mudaram.
Perspectivas para o Futuro: Mudanças e Desafios
Atualmente, há maior discernimento crítico e acesso à informação, apesar das estratégias de desinformação promovidas pela grande mídia.
A expectativa para 2024 é de mudanças substanciais no comportamento do brasileiro, mas apenas o desenrolar dos acontecimentos poderá mostrar a verdadeira natureza deste ano tenso e repleto de potencial para transformações estruturais.
Resta-nos, pois, acompanhar atentamente o desenrolar dos acontecimentos.
Por: Antônio Testa
com colaboração de Carla Ribeiro
Cinismo.
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